Criador brasileiro converte dor pessoal em uma jornada interativa

Com vozes gravadas pelo próprio time e mecânicas pouco convencionais, Master Lemon surge a partir de uma narrativa delicada sobre afeto, lembranças e conexões humanas. O projeto, desenvolvido no Brasil, vai além do entretenimento e carrega uma carga emocional rara no cenário independente.

Semanalmente, centenas de novos jogos chegam à Steam, principal vitrine do PC. Em meio a esse fluxo intenso, poucos títulos conseguem se diferenciar pela proposta. Entre eles, um lançamento nacional ganhou destaque não apenas pela estética ou jogabilidade, mas pela história que o originou. Master Lemon: The Quest for Iceland é resultado de um processo criativo profundamente pessoal.

A ideia do jogo não nasceu em uma sala de reuniões nem a partir de análises de mercado. Ela começou em um momento de fragilidade emocional, transformando a perda de alguém querido em combustível criativo. A partir dessa experiência, o pequeno estúdio Pepita Digital encontrou nos games uma forma de elaborar sentimentos e compartilhar uma mensagem universal.

Na trama, o jogador acompanha Limão em uma expedição por terras islandesas, onde uma estranha ameaça apaga recordações. A mecânica e a narrativa caminham juntas para representar o medo do esquecimento e a luta para preservar aquilo que dá sentido à existência. Visualmente, o jogo aposta em pixel art e em uma atmosfera contemplativa para reforçar essa proposta.

O título marca a estreia da Pepita Digital no desenvolvimento de jogos, um passo significativo para um grupo enxuto de cinco profissionais com trajetória consolidada no audiovisual. Apesar da inexperiência no setor de games, a equipe apostou em uma abordagem autoral, priorizando história, simbolismo e emoção.