Magnatas veem o espaço como a próxima fronteira dos data centers

A expansão acelerada da inteligência artificial está empurrando o setor de tecnologia para decisões cada vez mais radicais. Com data centers em terra firme consumindo volumes gigantescos de energia, água e espaço físico, alguns dos nomes mais poderosos da indústria passaram a defender uma solução que, até pouco tempo atrás, parecia ficção científica: transferir parte dessa infraestrutura para fora do planeta. A informação foi destacada em reportagem do The Verge.

Somente ao longo de 2025, surgiram pelo menos seis projetos de centros de dados voltados à IA que demandam múltiplos gigawatts de energia — um nível que, até recentemente, era tratado como exagero ou especulação. Paralelamente, cresce a pressão pública contra data centers tradicionais, vistos como empreendimentos que consomem muitos recursos naturais, geram poucos empregos diretos e encarecem a eletricidade em regiões próximas. Diante desse cenário, o espaço começa a ser encarado como uma alternativa estratégica.

Infraestrutura orbital entra no radar das big techs

A proposta é ambiciosa: criar data centers em órbita da Terra, funcionando como grandes satélites equipados com painéis solares. A vantagem teórica é clara — no espaço, a exposição contínua ao Sol poderia fornecer energia constante para processar cargas massivas de dados, especialmente aquelas exigidas por modelos avançados de IA.

Figuras como Elon Musk, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Eric Schmidt ampliaram recentemente o escopo de suas iniciativas aeroespaciais para incluir esse tipo de projeto. Ao lado deles, startups especializadas também entraram na corrida. A americana Aetherflux já apresentou conceitos públicos, enquanto outras iniciativas surgem por meio de parcerias estratégicas, como a colaboração entre Google e Planet e o apoio da Nvidia à Starcloud, que colocou em órbita, em novembro, um satélite equipado com GPUs H100.

Fora do eixo ocidental, a China avançou com um conjunto de satélites capazes de realizar supercomputação diretamente no espaço. Na Europa, o tema também começa a ganhar força, sendo visto como uma oportunidade tecnológica e econômica emergente.

Entre os projetos mais detalhados está o Project Suncatcher, do Google. A iniciativa prevê o lançamento de dois satélites experimentais em 2027, com planos de expansão para até 81 unidades em órbita baixa, sincronizadas com a posição do Sol. Cada satélite utilizaria chips TPU e se comunicaria por meio de lasers, formando uma estrutura distribuída bem diferente das constelações convencionais.

Custos, lixo espacial e riscos colocam a ideia à prova

Apesar do entusiasmo empresarial, a proposta enfrenta resistência no meio científico. Astrônomos e especialistas em meio ambiente alertam que o custo de lançar e manter equipamentos no espaço ainda é extremamente alto. Além disso, o crescimento acelerado do número de satélites amplia o risco de colisões em órbita.

Hoje, mais de 14 mil satélites ativos circulam ao redor da Terra — cerca de dois terços deles pertencentes à constelação Starlink. A adição de grandes centros de dados orbitais poderia transformar o espaço próximo ao planeta em um ambiente ainda mais congestionado.

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